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O Lançamento da MetalNave
As naves espirituais da longa viagem que Dionnet, Druillet e
Moebius causariam uma revolução interna que sacudiu até as esferas mais importantes
nos quadrinhos franceses após maio de 1968. O trio que comporia a tribo inicial dos
Humanóides em um futuro próximo viveu a revolução de eventos da revista Pilote.
Duas semanas sem esta publicação aparecer no mercado devido a uma greve de artes
gráficas; uma grade de diversos autores contra a direção pelo criador do semanário, René
Goscinny; a demissão do inventor de Asterix e seu novo cargo de líder da
revista, apoiado agora pela polêmica de seus antecessores; o medo, não obstante, da
editora frente ao aumento dos conteúdos políticos e eróticos; as rupturas sucessivas
com alguns dos colaboradores principais. Como conseqüência de não querer submeter-se
às normas internas de censura implantada pela diretoria da revista, Claire Brétécher,
Gotlib e Mandryka fundaram uma publicação de quadrinhos nova, L´Echo
des Savanes, em 1972, ao mesmo tempo que alguns sócios distantes do Hara-Kiri
abandonavam sua meia dúzia de anos de trabalho para Pilote e retomavam a sua
antiga missão. Dois anos depois, abalaram tanto as fundações de L'Echo des Savanes
que nascia outra revista, Mormoil; se preparava a Fluide Glacial que Gotlib
colocaria em marcha durante 1975, e se produzia a divisão entre Mandryka (a quem
havia ocorrido o nome de Metal Hurlant para uma nova publicação) e Jean-Pierre
Dionnet; desta ruptura pessoal que não ultrapassaria um breve período de tempo,
consolidaria-se a união de Dionnet com Druillet e Moebius, união
batizada com uma denominação proposta por este último, Les Humanoides Associés,
e originou a fundação de um editorial que lançou uma revista de quadrinhos e álbuns de
narrativa desenhada. Etienne Robial projetou o logotipo da revista Metal
Hurlant, criada como trimestral de 1974 para 1975...
 Philip Druillet. |
O primeiro objetivo da revista residiu na exploração vanguardista do
gênero de ficção científica, revelava o editorial do número um. Assim o manifestou Arzach,
a série de Moebius e Den, trabalho encomendado a Richard Corben,
ambas impressas em cores. Druillet ostentava no terceiro número nunca ter lido Proust,
Chateaubriand, Aristóteles, Gide, Voltaire, Mauriac e
proclama a devoção por um outro lado com Philip K. Dick, Theodore Sturgeon,
Alfred Bester e outros escritores de temático fantástico. O editorial de Moebius
no quarto número sustentando "não haver nenhuma razão para que uma história
seja como uma casa com uma porta de entrada, janelas para contemplar as árvores e uma
chaminé para a fumaça..." e reivindicou a possibilidade para "imaginar
uma história em forma de elefante, de campo de trigo, ou do chamado de uma cera de ouvido
doentia". Então, aos pais fundadores haviam começado se juntar outras
personalidades, os mesmos do começo da publicação e a revista nasceu por causa de sua
própria evolução com a presença de Mandryka, Alexis, Gotlib, Tardi,
Voss, Bilal, Clerc, etc. |
O grupo de colaboradores se estendeu consideravelmente e recrutando tanto
novos valores e promessas futuras quanto figuras de relevância e prestígio
solidificados. A liberdade de imaginação exigida pelo cultivo da ficção
paracientífica, passou também a outros campos, veja-se o erotismo ou horror. A própria
inserção de Metal Hurlant na moda da vez, causou sua aderência para o universo
forte do Rock e sua narrativa parasitária desenhada das marcas do movimento underground
norte americano. |
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Enquanto as experiências vanguardistas continuavam, também recrutavam-se
autores já clássicos e com um estilo clássico (Pratt, Hernández Palacios...).
Não permaneceria insensível à ressurreição do polar, ou gênero negro. Em
poucos anos, Metal Hurlant como revista e Les Humanoïdes Associés como
editorial, já com Dionnet e Moebius decididamente em primeiro plano
artístico, haviam constituído um acervo cultural multiforma com uma grande eclosão de
colaboradores. Enquanto isso, o espírito da companhia havia cruzado o oceano. |
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Continua
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